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Cientistas criam coração de silicone que bate como o humano

10/08/2017
DNA HOSPITALAR -

No futuro, órgão artificial pode minimizar espera por transplantes

RIO — Existem no mundo cerca de 26 milhões de pessoas com problemas cardíacos, mas o número de doadores não consegue suprir os transplantes necessários. Pensando nisso, cientistas do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, usaram a tecnologia de impressão 3D para criar um coração de silicone que funciona como o humano, que no futuro pode salvar a vida de pacientes.

O nosso objetivo é desenvolver um coração artificial que tenha praticamente o mesmo tamanho do órgão do paciente e que imite o coração humano o mais próximo possível em forma e função — disse Nicholas Cohrs, estudante de doutorado que desenvolveu o coração artificial.

Diferente dos corações artificias existentes, o desenvolvido por Cohrs é oco e macio, características possíveis pela aplicação da impressão 3D. Dessa forma, foi possível recriar s ventrículos esquerdo e direito, assim como um coração humano, mas eles não são separados pelo septo interatrial, mas por uma câmara adicional, capaz de bombear o sangue, substituindo a contração muscular.

— É um monobloco de silicone com estrutura interna complexa — explicou Cohrs, sobre a réplica do órgão que pesa 390 gramas com volume de 679 centímetros cúbicos.

O coração foi descrito no periódico “Artificial Organs”. Os pesquisadores demonstraram ainda que o coração de silicone é funcional. Nos testes, o órgão artificial foi capaz de bombear um líquido similar ao sangue humano, mas o material suporta apenas 3 mil batidas, o que corresponde a apenas meia hora de funcionamento. Depois disso, o material não é mais capaz de manter a pressão.

— Este foi apenas um teste de viabilidade — ponderou o pesquisador. — Nosso objetivo não era apresentar um coração pronto para ser implantado, mas pensar numa nova direção para o desenvolvimento de corações artificiais.

Agora, o próximo passo é fortalecer o material e a performance, para que ele dure por mais tempo. A ideia é que o coração de silicone seja usado como uma ponte, entre a falência do órgão do paciente e um transplante.

POR O GLOBO