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Pesquisadores desenvolvem 'vacina inteligente' e abrangente contra a pneumonia

25/10/2017
DNA HOSPITALAR -

Resultados foram publicados nesta sexta-feira (20) na 'Science Advances'. Segundo cientistas, trata-se da vacina mais abrangente contra bactéria causadora já produzida.

nova vacina em desenvolvimento contra a pneumonia pode ser o mais duro golpe contra a doença, segundo estudo publicado nesta sexta-feira (20) na "Science Advances". De acordo com os pesquisadores, trata-se da mais abrangente cobertura contra a doença até hoje. O imunizante inclui cepas adicionais da bactéria causadora e até antecipa versões futuras.

A vacina testada deflagrou resposta imunológica contra 72 formas da bactéria penumoniae em testes realizados em ratos e coelhos. Ainda, a vacina é inteligente e foi desenhada de modo a ter duas vantagens: produz uma boa resposta imune e só mata bactérias prestes a atacar.

Programas de melhor nutrição e melhor acesso a antibióticos já tiveram impacto na diminuição no número de casos de pneumonia no mundo -- segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a pneumonia matou mais de 2 milhões de crianças em todo o mundo em 2004; e, em 2015, o número foi inferior a 1 milhão. No entanto, acreditam os autores, para se ter mais avanços, são necessários imunizantes mais eficientes.

 

"Nós fizemos um tremendo progresso na luta contra a disseminação da pneumonia. Mas, para nos livrarmos da doença, precisamos criar vacinas mais inteligentes e econômicas", diz Blaine Pfeifer, professor na SUNY at Buffalo (State University of New York em Buffalo, Estados Unidos), e co-autor do estudo, em nota.

 

O estudo teve como primeiro autor Charles H. Jones, da University at Buffalo. Outros nove cientistas assinam o trabalho. Todos eles estão alifiados a universidades norte-americanas.

 

Como funciona a nova vacina

 

Há três vacinas principais hoje no mercado contra a pneumonia: a Prevnar, a Synflorix e a Pneumovax 23. As duas primeiras utilizam uma ligação química covalente que, apesar de apresentar altas taxas de resposta, matam todas as bactérias-alvo. Já a terceira, não tem a mesma ligação química, mas tem menor resposta imune.

O que os cientistas fizeram foi "envelopar" açúcares capazes de identificar a bactéria a um tipo de engenharia que prescinde da ligação covalente. O essencial para a tecnologia foi um uso de um "lipossoma" -- um tipo de bolsa feita de gordura que serve como um reservatório para esses açúcares.

Nos resultados, os pesquisadores identificaram que a vacina é capaz de deflagrar uma forte resposta imunolológica comparável ao Prevnar -- e, além disso, seu design permite com que seu efeito seja mais seletivo: não há uma 'varredura' de todas os patógenos indiscriminadamente.

 

Vacina mais inteligente

 

Além da maior cobertura, a diferença da vacina desenvolvida pelos pesquisadores das atuais é que ela faz com que o sistema imune só "ataque" a bactéria quando ela sai da colônia que está e provoca uma doença.

Isso é fundamental por dois motivos: 1) algumas bactérias são benéficas para o organismo e são importantes para manter a boa saúde; 2) a morte indiscriminada de bactérias pode contribuir para o fenômeno da resistência bacteriana -- quando esses patógenos não mais respondem aos medicamentos existentes.